O que fazer para suscitar o interesse das pessoas a fazer exercício, neste caso, em subir/descer escadas vulgares face à cómoda subida/descida pelas conhecidas escadas rolantes:
Aqui está um óptimo exemplo de mentes criativas!
terça-feira, 30 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Ser forte!
Percebes que és forte quando te vês obrigado a desistir de coisas que nunca imaginaste ser capaz de deixar um dia.
Coragem: resistência ao medo, domínio do medo e não, ausência de medo.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Try something new
Try not to have a 'normal day'.
Make every day somehow different, special, new..
Do something crazy!
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Conversa!
Vê-se com alguma frequência, numa conversa (isto para quem sabe conversar ou sabe o que é uma conversa), que há quem deseje mais dominar pela habilidade de sustentar todos os argumentos do que pelo juízo, discernindo o que é verdadeiro do que o não é; como se houvesse mérito em saber o que pode ser dito e não o que deveria ser pensado.
Há quem prefira mostrar espírito brilhante, a exercer o tal juízo no de verdade. Alguns têm certos lugares comuns e certos temas em que se mostram bons conversadores, mas são obsoletos na variedade; esta espécie de indigência é quase sempre aborrecida, e de vez em quando ridícula; a parte mais honrosa do colóquio consiste em dar ocasião a novo tema, e também em moderar ou acelerar a transição para assunto diferente; é bom variar, mesclando o assunto de que se está a conversar com argumentos, narrativas com discussões, perguntas com respostas, jocosidades com seriedades; há, porém, assuntos que não permitem brincadeira, nomeadamente a religião, futebol, os negócios do Estado, as altas personalidades, todas as questões de importância para as pessoas presentes, enfim, todos os casos dignos de dó.
Há quem prefira mostrar espírito brilhante, a exercer o tal juízo no de verdade. Alguns têm certos lugares comuns e certos temas em que se mostram bons conversadores, mas são obsoletos na variedade; esta espécie de indigência é quase sempre aborrecida, e de vez em quando ridícula; a parte mais honrosa do colóquio consiste em dar ocasião a novo tema, e também em moderar ou acelerar a transição para assunto diferente; é bom variar, mesclando o assunto de que se está a conversar com argumentos, narrativas com discussões, perguntas com respostas, jocosidades com seriedades; há, porém, assuntos que não permitem brincadeira, nomeadamente a religião, futebol, os negócios do Estado, as altas personalidades, todas as questões de importância para as pessoas presentes, enfim, todos os casos dignos de dó.
Aquele que muito interroga muito aprenderá também, muito contentará também, especialmente se adaptar as suas perguntas aos conhecimentos daqueles que lhe podem responder, dando ocasião de se comprazerem a falar, e ele próprio continuará a ganhar conhecimentos.
Quando por vezes se finge ignorar o que consta que se sabe, para outra vez passa por saber o que ignora!
Falar acerca de si próprio não é bom que se faça com frequência, e há só um caso em que um homem consegue fazer com graça o seu próprio elogio: é quando louva uma virtude que pretende ter. Discrição na conversa vale muito mais do que eloquência, e mais vale falar singelamente com o interlocutor, do que exprimir-se em palavras cadenciadas e altissonantes. Uma conversa bem conduzida, mas sem uma boa réplica do interlocutor, torna-se muito vagarosa. Usar de muitos circunlóquios antes de abordar o tema é fastidioso; não usar alguns significa demasiada rudeza.
Em jeito de conclusão, saber falar, saber conduzir uma conversa e mantê-la pelo interesse dos intervenientes é o caminho! Na minha opinião quem não a sabe ter não se safa, ou safa-se com quem estiver a esse mesmo nível.. de ignorância. Cada qual vê noutro apenas o tanto quanto ele mesmo é, só pode conceber e compreender a conversa conforme a medida da sua própria inteligência.
Quando por vezes se finge ignorar o que consta que se sabe, para outra vez passa por saber o que ignora!
Falar acerca de si próprio não é bom que se faça com frequência, e há só um caso em que um homem consegue fazer com graça o seu próprio elogio: é quando louva uma virtude que pretende ter. Discrição na conversa vale muito mais do que eloquência, e mais vale falar singelamente com o interlocutor, do que exprimir-se em palavras cadenciadas e altissonantes. Uma conversa bem conduzida, mas sem uma boa réplica do interlocutor, torna-se muito vagarosa. Usar de muitos circunlóquios antes de abordar o tema é fastidioso; não usar alguns significa demasiada rudeza.
Em jeito de conclusão, saber falar, saber conduzir uma conversa e mantê-la pelo interesse dos intervenientes é o caminho! Na minha opinião quem não a sabe ter não se safa, ou safa-se com quem estiver a esse mesmo nível.. de ignorância. Cada qual vê noutro apenas o tanto quanto ele mesmo é, só pode conceber e compreender a conversa conforme a medida da sua própria inteligência.
Coisas que se aprendem ao longo do tempo...
Mais um texto que circula na rede:
"Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.
Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?
O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.
Quando se gosta de alguém não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.
Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós. "
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A Mulher Portuguesa [por Miguel Esteves Cardoso]
A Mulher Portuguesa Tem um Bocado de Pena dos HomensA mulher portuguesa não é só Fada do Lar, como Bruxa do Ar, Senhora do Mar e Menina Absolutamente Impossível de Domar. É melhor que o Homem Português, não por ser mulher, mas por ser mais portuguesa. Trabalha mais, sabe mais, quer mais e pode mais. Faz tudo mais à excepção de poucas actividades de discutível contribuição nacional (beber e comer de mais, ir ao futebol, etc). Portugal (i.e., os homens portugueses) pagam-lhe este serviço, pagando-lhes menos, ou até nada.
O pior defeito do Homem português é achar-se melhor e mais capaz que a Mulher. A maior qualidade da Mulher Portuguesa é não ligar nada a essas crassas generalizações, sabendo perfeitamente que não é verdade. Eis a primeira grande diferença: o Português liga muito à dicotomia Homem/Mulher; a Portuguesa não. O Português diz «O Homem isto, enquanto a Mulher aquilo». A Portuguesa diz «Depende». A única distinção que faz a Mulher Portuguesa é dizer, regra geral, que gosta mais dos homens do que das mulheres. E, como gostos não se discutem, é essa a única generalização indiscutível.
A Mulher Portuguesa é o oposto do que o Homem Português pensa. Também nesta frase se confirma a ideia de que o Homem pensa e a Mulher é, o Homem acha e a Mulher julga, o Homem racionaliza e a Mulher raciocina. E mais: mesmo esta distinção básica é feita porque este artigo não foi escrito por uma Mulher.
Porque é que aquilo que o Homem pensa que a Mulher é, é o oposto daquilo que a Mulher é, se cada Homem conhece de perto pelo menos uma Mulher? Porque o Português, para mal dele, julga sempre que a Mulher «dele» é diferente de todas as outras mulheres (um pouco como também acha, e faz gala disso, que ele é igual a todos os homens). A Mulher dele é selvagem mas as outras são mansas. A Mulher dele é fogo, ciúme, argúcia, domínio, cuidado. As outras são todas mais tépidas, parvas, galinhas, boazinhas, compreensíveis.
Ora a Mulher Portuguesa é tudo menos «compreensiva». Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita. Se perdoa é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões, e a paciência. Para ela, a reacção mais violenta não é a raiva nem o ódio – é a indiferença. Se não se vinga não é por ser «boazinha» – é porque acha que não vale a pena.
A Mulher Portuguesa, sobretudo, atura o Homem. E o Homem, casca grossa, não compreende o vexame enorme que é ser aturado, juntamente com as crianças, o clima e os animais domésticos. Aturar alguém é o mesmo que dizer «coitadinho, ele não passa disto…» No fundo não é mais do que um acto de compaixão. A Mulher Portuguesa tem um bocado de pena dos Homens. E nisto, convenhamos, tem um bocado de razão.
O que safa o Homem, para além da pena, é a Mulher achar-lhe uma certa graça. A Mulher não pensa que este achar-graça é uma expressão superior da sua sensibilidade – pelo contrário, diverte-se com a ideia de ser oriundo de uma baixeza instintiva e pré-civilizacional, mas engraçada. Considera que aquilo que a leva a gostar de um Homem é uma fraqueza, um fenómeno puramente neuro-vegetativo ou para-simpático – enfim, pulsões alegres ou tristemente irresistíveis, sem qualquer valor.
E chegamos a outra característica importante. É que a Mulher Portuguesa, se pudesse cingir-se ao domínio da sua inteligência e mais pura vontade, nunca se meteria com Homem nenhum. Para quê? Se já sabe o que o Homem é? Aliás, não fossem certas questões desprezíveis da Natureza, passa muito bem sem os homens. No fundo encara-os como um fumador inveterado encara os cigarros: «Eu não devia, mas.. » E, como assim é, e não há nada a fazer, fuma-os alegremente com a atitude sã e filosófica do «Que se lixe».
Homens, em contrapartida, não podiam ser mais dependentes. Esta dependência, este ar desastrado e carente que nos está na cara, também vai fomentando alguma compaixão da parte das mulheres. A Mulher Portuguesa também atura o Homem porque acha que «ele sozinho, coitado; não se governava». O ditado «Quem manda na casa é ela, quem manda nela sou eu» é uma expressão da vacuidade do machismo português. A Mulher governa realmente o que é preciso governar, enquanto o homem, por abstracção ou inutilidade, se contenta com a aparência idiota de «mandar» nela. Mas ninguém manda nela. Quando muito, ela deixa que ele retenha a impressão de mandar. Porque ele, coitado, liga muito a essas coisas. Porque ele vive atormentado pelo terror que seria os amigos verificarem que ele, na realidade, não só na rua como em casa não «manda» absolutamente nada. «Mandar» é como «enviar» – é preciso ter algo para mandar e algo ao qual mandar. Esses algos são as mulheres que fazem.
O Homem é apenas alguém armado em carteiro. É o carteiro que está convencido que escreveu as cartas todas que diariamente entrega. A Mulher é a remetente e a destinatária que lhe alimenta essa ilusão, porque também não lhe faz diferença absolutamente nenhuma. Abre a porta de casa e diz «Muito obrigada». É quase uma questão de educação.
A imagem da «Mulher Portuguesa» que os homens portugueses fabricaram é apenas uma imagem da mulher com a qual eles realmente seriam capazes de se sentirem superiores. Uma galinha. Que dizer de um homem que é domador de galinhas, porque os outros animais lhe metem medo? Na realidade, A Mulher Portuguesa é uma leoa que, por força das circunstâncias, sabe imitar a voz das galinhas, porque o rugir dela mete medo ao parceiro. Quando perdem a paciência, ou se cansam, cuidado. A Mulher portuguesa zangada não é o «Agarrem-me senão eu mato-o» dos homens: agarra mesmo, e mata mesmo. Se a Padeira de Aljubarrota fosse padeiro, é provável que se pusesse antes a envenenar os pães e ir servi-los aos castelhanos, em vez de sair porta fora com a pá na mão.
Miguel Esteves Cardoso, in ' A Causa das Coisas '
O pior defeito do Homem português é achar-se melhor e mais capaz que a Mulher. A maior qualidade da Mulher Portuguesa é não ligar nada a essas crassas generalizações, sabendo perfeitamente que não é verdade. Eis a primeira grande diferença: o Português liga muito à dicotomia Homem/Mulher; a Portuguesa não. O Português diz «O Homem isto, enquanto a Mulher aquilo». A Portuguesa diz «Depende». A única distinção que faz a Mulher Portuguesa é dizer, regra geral, que gosta mais dos homens do que das mulheres. E, como gostos não se discutem, é essa a única generalização indiscutível.
A Mulher Portuguesa é o oposto do que o Homem Português pensa. Também nesta frase se confirma a ideia de que o Homem pensa e a Mulher é, o Homem acha e a Mulher julga, o Homem racionaliza e a Mulher raciocina. E mais: mesmo esta distinção básica é feita porque este artigo não foi escrito por uma Mulher.
Porque é que aquilo que o Homem pensa que a Mulher é, é o oposto daquilo que a Mulher é, se cada Homem conhece de perto pelo menos uma Mulher? Porque o Português, para mal dele, julga sempre que a Mulher «dele» é diferente de todas as outras mulheres (um pouco como também acha, e faz gala disso, que ele é igual a todos os homens). A Mulher dele é selvagem mas as outras são mansas. A Mulher dele é fogo, ciúme, argúcia, domínio, cuidado. As outras são todas mais tépidas, parvas, galinhas, boazinhas, compreensíveis.
Ora a Mulher Portuguesa é tudo menos «compreensiva». Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita. Se perdoa é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões, e a paciência. Para ela, a reacção mais violenta não é a raiva nem o ódio – é a indiferença. Se não se vinga não é por ser «boazinha» – é porque acha que não vale a pena.
A Mulher Portuguesa, sobretudo, atura o Homem. E o Homem, casca grossa, não compreende o vexame enorme que é ser aturado, juntamente com as crianças, o clima e os animais domésticos. Aturar alguém é o mesmo que dizer «coitadinho, ele não passa disto…» No fundo não é mais do que um acto de compaixão. A Mulher Portuguesa tem um bocado de pena dos Homens. E nisto, convenhamos, tem um bocado de razão.
O que safa o Homem, para além da pena, é a Mulher achar-lhe uma certa graça. A Mulher não pensa que este achar-graça é uma expressão superior da sua sensibilidade – pelo contrário, diverte-se com a ideia de ser oriundo de uma baixeza instintiva e pré-civilizacional, mas engraçada. Considera que aquilo que a leva a gostar de um Homem é uma fraqueza, um fenómeno puramente neuro-vegetativo ou para-simpático – enfim, pulsões alegres ou tristemente irresistíveis, sem qualquer valor.
E chegamos a outra característica importante. É que a Mulher Portuguesa, se pudesse cingir-se ao domínio da sua inteligência e mais pura vontade, nunca se meteria com Homem nenhum. Para quê? Se já sabe o que o Homem é? Aliás, não fossem certas questões desprezíveis da Natureza, passa muito bem sem os homens. No fundo encara-os como um fumador inveterado encara os cigarros: «Eu não devia, mas.. » E, como assim é, e não há nada a fazer, fuma-os alegremente com a atitude sã e filosófica do «Que se lixe».
Homens, em contrapartida, não podiam ser mais dependentes. Esta dependência, este ar desastrado e carente que nos está na cara, também vai fomentando alguma compaixão da parte das mulheres. A Mulher Portuguesa também atura o Homem porque acha que «ele sozinho, coitado; não se governava». O ditado «Quem manda na casa é ela, quem manda nela sou eu» é uma expressão da vacuidade do machismo português. A Mulher governa realmente o que é preciso governar, enquanto o homem, por abstracção ou inutilidade, se contenta com a aparência idiota de «mandar» nela. Mas ninguém manda nela. Quando muito, ela deixa que ele retenha a impressão de mandar. Porque ele, coitado, liga muito a essas coisas. Porque ele vive atormentado pelo terror que seria os amigos verificarem que ele, na realidade, não só na rua como em casa não «manda» absolutamente nada. «Mandar» é como «enviar» – é preciso ter algo para mandar e algo ao qual mandar. Esses algos são as mulheres que fazem.
O Homem é apenas alguém armado em carteiro. É o carteiro que está convencido que escreveu as cartas todas que diariamente entrega. A Mulher é a remetente e a destinatária que lhe alimenta essa ilusão, porque também não lhe faz diferença absolutamente nenhuma. Abre a porta de casa e diz «Muito obrigada». É quase uma questão de educação.
A imagem da «Mulher Portuguesa» que os homens portugueses fabricaram é apenas uma imagem da mulher com a qual eles realmente seriam capazes de se sentirem superiores. Uma galinha. Que dizer de um homem que é domador de galinhas, porque os outros animais lhe metem medo? Na realidade, A Mulher Portuguesa é uma leoa que, por força das circunstâncias, sabe imitar a voz das galinhas, porque o rugir dela mete medo ao parceiro. Quando perdem a paciência, ou se cansam, cuidado. A Mulher portuguesa zangada não é o «Agarrem-me senão eu mato-o» dos homens: agarra mesmo, e mata mesmo. Se a Padeira de Aljubarrota fosse padeiro, é provável que se pusesse antes a envenenar os pães e ir servi-los aos castelhanos, em vez de sair porta fora com a pá na mão.
Miguel Esteves Cardoso, in ' A Causa das Coisas '
Já...
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou,
já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de
acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Podes ainda empurrar-me de um penhasco q eu vou dizer: - E então? EU ADORO VOAR!
Clarice Lispector
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Não te vou pedir nada..
Não te vou pedir nada. Não cobro aquilo que não podes dar.
Mas uma coisa exijo, quando estiveres comigo, sê por inteiro. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Só não me apareças pela metade. Não me venhas com falsas promessas. Não me iludo com presentes caros. Nem estou à venda. Eu não quero saber onde moras, desde que saibas o caminho da minha casa.
Eu não quero saber quanto ganhas... Quero apenas saber se ganhas o dia quando estás comigo.
sábado, 9 de julho de 2011
True
Podemos esquecer o que nos dizem, o que nos fazem, mas nunca esqueceremos de como nos fizeram sentir
Eu constantemente sinto saudade das coisas que perco, mas não as quero de volta.
Já doeu uma vez...
Já doeu uma vez, já doeram duas e três.. e, tenho alguma dificuldade em interiorizar 'estas coisas' que interferem e afectam o normal circuito de funcionamento de uma pessoa, o problema.. apaixonar!
Não gosto, porque quando acontece é bom mas prende, quer queiramos quer não. Bom bom é ter bons amigos, uns bons pais, que nos preencham estes pequenos grandes buraquitos que são abertos quando ao coração lhe apetece.
Já dizia e bem, o nosso Fernando Pessoa: "A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade".
Aparte o texto não me arrependo de nada do que já vivi! Voltaria a cair e levantar, cair levantar..
Faz parte gentchi!
terça-feira, 5 de julho de 2011
Café quente em copo de plástico!
Está provado que café quente em copo de plástico, pode reduzir em dois terços o desempenho sexual.. do HOMEM, queima os dedos e a língua!!
Be careful...
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Sometimes
Dar apenas o que te sobra, nunca foi compartilhar, mas sim dar esmola.. Se não o sabes, digo-to eu babe.
Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
Keep It Simple Stupid.
terça-feira, 21 de junho de 2011
I want to
I want to go backpacking, but in style.
Okay... so not really backpacking, but more of roaming some ancient and beautiful street alone...
Bride wars is a beautiful show, and i want to meet that 2 people that i can entrust my life to:
and
Okay... so not really backpacking, but more of roaming some ancient and beautiful street alone...
Bride wars is a beautiful show, and i want to meet that 2 people that i can entrust my life to:
- A best friend that don't need to stay in contact often but knows me better than i know myself
and
- A husban, or something like that, that loves me more than i love myself and i love him more than he loves himself.
domingo, 19 de junho de 2011
No Metro de Lisboa
Ontem vinha na Linha Azul, depois de um dia de trabalho e deparei-me com uma situação que me deixou a pensar; 2 bancos à minha frente uma senhora dos seus 70 anos.. tinha uns óculos graduados o suficiente e usava aparelho auditivo.
Reparei ainda que ela estava pouco confortável, inquieta.. quando paramos na Praça de Espanha (paragem imediatamente a seguir aquela onde eu tinha entrado), a senhora pergunta a um fulano que ia a sua frente onde estava.. ao que lhe responde "Praça de Espanha". Fiquei a pensar que ela devia ter dificuldade para ouvir a "voz do metro" com a indicação da paragem. Na paragem seguinte, foi exactamente o mesmo.. a senhora olhava lá para fora e pelos vistos para além de não ouvir, reparei que também não deveria saber ler, e depois não tinha andado de metro porque estava constantemente a perguntar se já estávamos na Pontinha.
Isto realmente não é fácil, porque uma pessoa que não oiça bem, não saiba ler e ande de metro não muitas vezes, não pode realmente saber onde está.. porque lá em baixo no metro.. é sempre tudo igual.
Espero que tenha conseguido chegar ao destino!
Reparei ainda que ela estava pouco confortável, inquieta.. quando paramos na Praça de Espanha (paragem imediatamente a seguir aquela onde eu tinha entrado), a senhora pergunta a um fulano que ia a sua frente onde estava.. ao que lhe responde "Praça de Espanha". Fiquei a pensar que ela devia ter dificuldade para ouvir a "voz do metro" com a indicação da paragem. Na paragem seguinte, foi exactamente o mesmo.. a senhora olhava lá para fora e pelos vistos para além de não ouvir, reparei que também não deveria saber ler, e depois não tinha andado de metro porque estava constantemente a perguntar se já estávamos na Pontinha.
Isto realmente não é fácil, porque uma pessoa que não oiça bem, não saiba ler e ande de metro não muitas vezes, não pode realmente saber onde está.. porque lá em baixo no metro.. é sempre tudo igual.
Espero que tenha conseguido chegar ao destino!
Uma questão de interpretação..
De que é feito o amor? De vontade, de tempo, de perfeição. De espera, de respeito, de paciência. De doçura, de proximidade, de generosidade. De sonho, de paixão e de alguma tristeza. Há pessoas que ficam
muito tristes quando percebem que se vão apaixonar. E outras que ficam ainda mais quando se apercebem que não conseguem atingir esse estado exaltado e sublime que faz parar os ponteiros do relógio, satura as cores e traz uma luz perfeita à existência.
Eu pensava que sabia o que era o amor. O amor puro, incondicional, intemporal e inabalável que resiste a tudo, ao frio, à solidão, ao vento e à chuva, ao tempo e ao modo, à ausência e à distância. Cada dia que vivi nesse estado de graça era um dia cheio, podia ser o derradeiro, porque nada contava além desse sentimento abrasador, invasor, arrebatador que me tomava os membros e a alma, a cabeça, os olhos e o peito, as horas, minutos e segundos, que tomava conta da minha vida e de mim.
Não me interessava se o meu objecto amoroso, um rapaz afinal igual a tantos outros com olhos de criança e
andar elástico, me amava ou me queria, tal era a dimensão do que por ele sentia. E, sem nunca desistir habituei-me à ideia de que o amor era amá-lo, mesmo na ausência, na tristeza, no vazio das minhas mãos que
se davam uma à outra sem que uma terceira as agarrasse para me dizer:
- Estás enganada, é preciso outra pessoa para construir o amor.
Quando nos habituamos a dar, receber torna-se um exercício difícil, quase assustador. Quando vivemos numa elevação permanente, baixar à terra parece-nos torpe e pouco digno. Quando somos náufragos dentro de nós mesmos, todas as praias são miragens e esquecemo-nos de procurar um porto de abrigo. E habituamo-nos a uma tristeza permanente que nos faz ver o mundo desfocado e que nos protege da luz que já fomos.
É muito difícil voltar a amar. Amar sem tempo, sem exigências, sem medo. Amar por amar, querer sem pensar, sonhar sem recear, deixar o barco partir outra vez. O barco balança mas a âncora não sobe, as velas
enrolam-se de recato e cansaço, o vento não sopra e muito pouco muda.
Mas porque é impossível sobreviver no deserto ou navegar para sempre, há instantes de amor, momentos
perfeitos em que sentimos outra vez o sangue a ferver, os olhos mudam de cor e as mãos voltam, por breves
segundos, a entrelaçar-se, quando alguém nos diz ao ouvido:
- Estás enganada, pode ser isto o amor.
E pode, e deve e nós até queremos que seja, mas o coração não obedece a nada senão à sua própria vontade e o amor continua a ser um mistério que não sabemos como começa nem quando acaba.
muito tristes quando percebem que se vão apaixonar. E outras que ficam ainda mais quando se apercebem que não conseguem atingir esse estado exaltado e sublime que faz parar os ponteiros do relógio, satura as cores e traz uma luz perfeita à existência.
Eu pensava que sabia o que era o amor. O amor puro, incondicional, intemporal e inabalável que resiste a tudo, ao frio, à solidão, ao vento e à chuva, ao tempo e ao modo, à ausência e à distância. Cada dia que vivi nesse estado de graça era um dia cheio, podia ser o derradeiro, porque nada contava além desse sentimento abrasador, invasor, arrebatador que me tomava os membros e a alma, a cabeça, os olhos e o peito, as horas, minutos e segundos, que tomava conta da minha vida e de mim.
Não me interessava se o meu objecto amoroso, um rapaz afinal igual a tantos outros com olhos de criança e
andar elástico, me amava ou me queria, tal era a dimensão do que por ele sentia. E, sem nunca desistir habituei-me à ideia de que o amor era amá-lo, mesmo na ausência, na tristeza, no vazio das minhas mãos que
se davam uma à outra sem que uma terceira as agarrasse para me dizer:
- Estás enganada, é preciso outra pessoa para construir o amor.
Quando nos habituamos a dar, receber torna-se um exercício difícil, quase assustador. Quando vivemos numa elevação permanente, baixar à terra parece-nos torpe e pouco digno. Quando somos náufragos dentro de nós mesmos, todas as praias são miragens e esquecemo-nos de procurar um porto de abrigo. E habituamo-nos a uma tristeza permanente que nos faz ver o mundo desfocado e que nos protege da luz que já fomos.
É muito difícil voltar a amar. Amar sem tempo, sem exigências, sem medo. Amar por amar, querer sem pensar, sonhar sem recear, deixar o barco partir outra vez. O barco balança mas a âncora não sobe, as velas
enrolam-se de recato e cansaço, o vento não sopra e muito pouco muda.
Mas porque é impossível sobreviver no deserto ou navegar para sempre, há instantes de amor, momentos
perfeitos em que sentimos outra vez o sangue a ferver, os olhos mudam de cor e as mãos voltam, por breves
segundos, a entrelaçar-se, quando alguém nos diz ao ouvido:
- Estás enganada, pode ser isto o amor.
E pode, e deve e nós até queremos que seja, mas o coração não obedece a nada senão à sua própria vontade e o amor continua a ser um mistério que não sabemos como começa nem quando acaba.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Tudo na vida
"Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e do aperfeiçoamento se cumpra em todas as direcções."
Andava aqui a divagar quando encontrei esta frase supra, acredito nela!
Devemos progredir gradualmente, é para isso que existimos. Aquilo que é rotineiro na vida de um ser humano - recomeçar, fazer melhor, tem de ser compreendido e assimilado, perspectivando:
Todos temos direito a errar, mas não temos direito a errar sempre!
Todos temos direito a duvidar.. contudo, não sempre; a visão ou falta dela também é traiçoeira!
Todos temos o direito de cair e levantar, voltar a cair e levantar.. indefinidamente até um dia.
Todos temos direito de muita coisa que podia ser aqui mencionada.. excepto faltar ao respeito a quem quer que seja.
Prezo muito o respeito que me foi incutido, e podemos quase tudo.. até falhar porque estamos longe de ser seres perfeitos.. agora não podemos nunca perder a nossa palavra de honra, estando desta forma a por em causa a credibilidade.
Mas a presença humana na terra faz-se notar desta forma, cheia de contra-senso, miudeza, e por sermos seres imperfeitos temos o maior dos direitos, recomeçar!
Ter uma nova oportunidade, fazer-se valer e mostrar tudo aquilo que não se teve oportunidade, mostrar que se é melhor e que se pode fazer mais e melhor; enquanto o soberano tempo o permita!
O importante a reter é que estas hipóteses recorrentes são sempre bem vindas, quando se aplica esforço e dedicação nelas, sendo que a honestidade (no trabalho desenvolvido) é imperial.
Nem todos somos heróis, mas todos podemos ser sinceros, justos e bons :)
domingo, 13 de março de 2011
Mr. Renato
Dedicando um post a este pequeno...
Se é certo que me dá algumas dores de cabeça as alegrias são sempre mais :).
Se é certo que brigamos, se é certo que temos gostos completamente distintos.. é não menos certo que temos uma ligação do tamanho do mundo..
Porque nunca é tarde para elogiar um irmão.. eu gosto imenso do meu.
Amadureci à custa dele, também fui fazendo papel de mãe enquanto os papás trabalhavam.. e ainda bem!
É o meu pequeno mais que tudo e tenho muito orgulho na pessoa que é!
Para (pelo menos) todos os que são pais!
Todos deviamos ler estes "mandamentos", em especial aqueles que já são pais:
- Amarás o teu filho com todo o teu coração, alma e forças, mas sensatamente, com o teu cérebro.
- Verás no teu filho uma pessoa, não um objecto que te pertence.
- Não lhe exigirás amor e respeito, mas esforçar-te-ás por merecê-los.
- Cada vez que os seus actos te façam perder a paciência, lembrar-te-ás dos teus próprios actos quando tinhas a sua idade.
- Lembra-te que o teu exemplo será mais eloquente do que o maior dos teus sermões.
- Pensa que o teu filho vê em ti um ser superior e não o desiludas.
- Ao longo da sua vida, serás um sinal que o impedirá de tomar caminhos errados, dos quais dificilmente se regressa.
- Ensiná-lo-ás a admirar a beleza, a praticar o bem e a amar a verdade.
- Prestarás atenção aos seus problemas, quando ele julgar que podes ajudar a solucioná-los.
- Ensiná-lo-ás com a tua palavra e o teu exemplo a amar a Deus acima de todas as coisas.
Este é de facto um bom programa para se ser um bom pai/mãe que quer ter um bom filho!
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