quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Mulher Portuguesa [por Miguel Esteves Cardoso]

A Mulher Portuguesa Tem um Bocado de Pena dos HomensA mulher portuguesa não é só Fada do Lar, como Bruxa do Ar, Senhora do Mar e Menina Absolutamente Impossível de Domar. É melhor que o Homem Português, não por ser mulher, mas por ser mais portuguesa. Trabalha mais, sabe mais, quer mais e pode mais. Faz tudo mais à excepção de poucas actividades de discutível contribuição nacional (beber e comer de mais, ir ao futebol, etc). Portugal (i.e., os homens portugueses) pagam-lhe este serviço, pagando-lhes menos, ou até nada. 

O pior defeito do Homem português é achar-se melhor e mais capaz que a Mulher. A maior qualidade da Mulher Portuguesa é não ligar nada a essas crassas generalizações, sabendo perfeitamente que não é verdade. Eis a primeira grande diferença: o Português liga muito à dicotomia Homem/Mulher; a Portuguesa não. O Português diz «O Homem isto, enquanto a Mulher aquilo». A Portuguesa diz «Depende». A única distinção que faz a Mulher Portuguesa é dizer, regra geral, que gosta mais dos homens do que das mulheres. E, como gostos não se discutem, é essa a única generalização indiscutível. 

A Mulher Portuguesa é o oposto do que o Homem Português pensa. Também nesta frase se confirma a ideia de que o Homem pensa e a Mulher é, o Homem acha e a Mulher julga, o Homem racionaliza e a Mulher raciocina. E mais: mesmo esta distinção básica é feita porque este artigo não foi escrito por uma Mulher. 

Porque é que aquilo que o Homem pensa que a Mulher é, é o oposto daquilo que a Mulher é, se cada Homem conhece de perto pelo menos uma Mulher? Porque o Português, para mal dele, julga sempre que a Mulher «dele» é diferente de todas as outras mulheres (um pouco como também acha, e faz gala disso, que ele é igual a todos os homens). A Mulher dele é selvagem mas as outras são mansas. A Mulher dele é fogo, ciúme, argúcia, domínio, cuidado. As outras são todas mais tépidas, parvas, galinhas, boazinhas, compreensíveis. 

Ora a Mulher Portuguesa é tudo menos «compreensiva». Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita. Se perdoa é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões, e a paciência. Para ela, a reacção mais violenta não é a raiva nem o ódio – é a indiferença. Se não se vinga não é por ser «boazinha» – é porque acha que não vale a pena. 

A Mulher Portuguesa, sobretudo, atura o Homem. E o Homem, casca grossa, não compreende o vexame enorme que é ser aturado, juntamente com as crianças, o clima e os animais domésticos. Aturar alguém é o mesmo que dizer «coitadinho, ele não passa disto…» No fundo não é mais do que um acto de compaixão. A Mulher Portuguesa tem um bocado de pena dos Homens. E nisto, convenhamos, tem um bocado de razão. 

O que safa o Homem, para além da pena, é a Mulher achar-lhe uma certa graça. A Mulher não pensa que este achar-graça é uma expressão superior da sua sensibilidade – pelo contrário, diverte-se com a ideia de ser oriundo de uma baixeza instintiva e pré-civilizacional, mas engraçada. Considera que aquilo que a leva a gostar de um Homem é uma fraqueza, um fenómeno puramente neuro-vegetativo ou para-simpático – enfim, pulsões alegres ou tristemente irresistíveis, sem qualquer valor.

E chegamos a outra característica importante. É que a Mulher Portuguesa, se pudesse cingir-se ao domínio da sua inteligência e mais pura vontade, nunca se meteria com Homem nenhum. Para quê? Se já sabe o que o Homem é? Aliás, não fossem certas questões desprezíveis da Natureza, passa muito bem sem os homens. No fundo encara-os como um fumador inveterado encara os cigarros: «Eu não devia, mas.. » E, como assim é, e não há nada a fazer, fuma-os alegremente com a atitude sã e filosófica do «Que se lixe». 
Homens, em contrapartida, não podiam ser mais dependentes. Esta dependência, este ar desastrado e carente que nos está na cara, também vai fomentando alguma compaixão da parte das mulheres. A Mulher Portuguesa também atura o Homem porque acha que «ele sozinho, coitado; não se governava». O ditado «Quem manda na casa é ela, quem manda nela sou eu» é uma expressão da vacuidade do machismo português. A Mulher governa realmente o que é preciso governar, enquanto o homem, por abstracção ou inutilidade, se contenta com a aparência idiota de «mandar» nela. Mas ninguém manda nela. Quando muito, ela deixa que ele retenha a impressão de mandar. Porque ele, coitado, liga muito a essas coisas. Porque ele vive atormentado pelo terror que seria os amigos verificarem que ele, na realidade, não só na rua como em casa não «manda» absolutamente nada. «Mandar» é como «enviar» – é preciso ter algo para mandar e algo ao qual mandar. Esses algos são as mulheres que fazem. 

O Homem é apenas alguém armado em carteiro. É o carteiro que está convencido que escreveu as cartas todas que diariamente entrega. A Mulher é a remetente e a destinatária que lhe alimenta essa ilusão, porque também não lhe faz diferença absolutamente nenhuma. Abre a porta de casa e diz «Muito obrigada». É quase uma questão de educação. 

A imagem da «Mulher Portuguesa» que os homens portugueses fabricaram é apenas uma imagem da mulher com a qual eles realmente seriam capazes de se sentirem superiores. Uma galinha. Que dizer de um homem que é domador de galinhas, porque os outros animais lhe metem medo? 
Na realidade, A Mulher Portuguesa é uma leoa que, por força das circunstâncias, sabe imitar a voz das galinhas, porque o rugir dela mete medo ao parceiro. Quando perdem a paciência, ou se cansam, cuidado. A Mulher portuguesa zangada não é o «Agarrem-me senão eu mato-o» dos homens: agarra mesmo, e mata mesmo. Se a Padeira de Aljubarrota fosse padeiro, é provável que se pusesse antes a envenenar os pães e ir servi-los aos castelhanos, em vez de sair porta fora com a pá na mão. 
Miguel Esteves Cardoso, in ' A Causa das Coisas '

Já...


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
  
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. 


Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.


Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.


Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, 
já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.


Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.


Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.


Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.


Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de 
acreditar nas que realmente valiam.


Já tive crises de riso quando não podia.


Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. 


Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.


Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.


Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.


Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.


Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.


Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.


Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.


Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".


Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.


Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.


Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.


Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.


Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.


Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.


Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!


Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!


Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.


Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.


Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!




Podes ainda empurrar-me de um penhasco q eu vou dizer: - E então? EU ADORO VOAR!


Clarice Lispector

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Não te vou pedir nada..






Não te vou pedir nada. Não cobro aquilo que não podes dar. 


Mas uma coisa exijo, quando estiveres comigo, sê por inteiro. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Só não me apareças pela metade. Não me venhas com falsas promessas. Não me iludo com presentes caros. Nem estou à venda. Eu não quero saber onde moras, desde que saibas o caminho da minha casa. 


Eu não quero saber quanto ganhas... Quero apenas saber se ganhas o dia quando estás comigo.



sábado, 9 de julho de 2011

True

Podemos esquecer o que nos dizem, o que nos fazem, mas nunca esqueceremos de como nos fizeram sentir


Eu constantemente sinto saudade das coisas que perco, mas não as quero de volta. 
Já doeu uma vez...


Já doeu uma vez, já doeram duas e três.. e, tenho alguma dificuldade em interiorizar 'estas coisas' que interferem e afectam o normal circuito de funcionamento de uma pessoa, o problema.. apaixonar!

Não gosto, porque quando acontece é bom mas prende, quer queiramos quer não. Bom bom é ter bons amigos, uns bons pais, que nos preencham estes pequenos grandes buraquitos que são abertos quando ao coração lhe apetece. 
Já dizia e bem, o nosso Fernando Pessoa: "A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade".

Aparte o texto não me arrependo de nada do que já vivi! Voltaria a cair e levantar, cair levantar..

Faz parte gentchi!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Café quente em copo de plástico!

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Está provado que café quente em copo de plástico, pode reduzir em dois terços o desempenho sexual.. do HOMEM, queima os dedos e a língua!!




Be careful...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sometimes

Dar apenas o que te sobra, nunca foi compartilhar, mas sim dar esmola.. Se não o sabes, digo-to eu babe.  

Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along


Keep It Simple Stupid.