terça-feira, 21 de junho de 2011

Let it be, let it be

I want to

I want to go backpacking, but in style.
Okay... so not really backpacking, but more of roaming some ancient and beautiful street alone...
Bride wars is a beautiful show, and i want to meet that 2 people that i can entrust my life to:

  • A best friend that don't need to stay in contact often but knows me better than i know myself

and

  • A husban, or something like that,  that loves me more than i love myself and i love him more than he loves himself.

domingo, 19 de junho de 2011

No Metro de Lisboa

Ontem vinha na Linha Azul, depois de um dia de trabalho e deparei-me com uma situação que me deixou a pensar; 2 bancos à minha frente uma senhora dos seus 70 anos.. tinha uns óculos graduados o suficiente e usava aparelho auditivo.

Reparei ainda que ela estava pouco confortável, inquieta.. quando paramos na Praça de Espanha (paragem imediatamente a seguir aquela onde eu tinha entrado), a senhora pergunta a um fulano que ia a sua frente onde estava.. ao que lhe responde "Praça de Espanha".  Fiquei a pensar que ela devia ter dificuldade para ouvir a "voz do metro" com a indicação da paragem. Na paragem seguinte, foi exactamente o mesmo.. a senhora olhava lá para fora e pelos vistos para além de não ouvir, reparei que também não deveria saber ler, e depois não tinha andado de metro porque estava constantemente a perguntar se já estávamos na Pontinha.

Isto realmente não é fácil, porque uma pessoa que não oiça bem, não saiba ler e ande de metro não muitas vezes, não pode realmente saber onde está.. porque lá em baixo no metro.. é sempre tudo igual.
Espero que tenha conseguido chegar ao destino!

Uma questão de interpretação..

De que é feito o amor? De vontade, de tempo, de perfeição. De espera, de respeito, de paciência. De doçura, de proximidade, de generosidade. De sonho, de paixão e de alguma tristeza. Há pessoas que ficam
muito tristes quando percebem que se vão apaixonar. E outras que ficam ainda mais quando se apercebem que não conseguem atingir esse estado exaltado e sublime que faz parar os ponteiros do relógio, satura as cores e traz uma luz perfeita à existência.

Eu pensava que sabia o que era o amor. O amor puro, incondicional, intemporal e inabalável que resiste a tudo, ao frio, à solidão, ao vento e à chuva, ao tempo e ao modo, à ausência e à distância. Cada dia que vivi nesse estado de graça era um dia cheio, podia ser o derradeiro, porque nada contava além desse sentimento abrasador, invasor, arrebatador que me tomava os membros e a alma, a cabeça, os olhos e o peito, as horas, minutos e segundos, que tomava conta da minha vida e de mim.

Não me interessava se o meu objecto amoroso, um rapaz afinal igual a tantos outros com olhos de criança e
andar elástico, me amava ou me queria, tal era a dimensão do que por ele sentia. E, sem nunca desistir habituei-me à ideia de que o amor era amá-lo, mesmo na ausência, na tristeza, no vazio das minhas mãos que
se davam uma à outra sem que uma terceira as agarrasse para me dizer:
- Estás enganada, é preciso outra pessoa para construir o amor.

Quando nos habituamos a dar, receber torna-se um exercício difícil, quase assustador. Quando vivemos numa elevação permanente, baixar à terra parece-nos torpe e pouco digno. Quando somos náufragos dentro de nós mesmos, todas as praias são miragens e esquecemo-nos de procurar um porto de abrigo. E habituamo-nos a uma tristeza permanente que nos faz ver o mundo desfocado e que nos protege da luz que já fomos.

É muito difícil voltar a amar. Amar sem tempo, sem exigências, sem medo. Amar por amar, querer sem pensar, sonhar sem recear, deixar o barco partir outra vez. O barco balança mas a âncora não sobe, as velas
enrolam-se de recato e cansaço, o vento não sopra e muito pouco muda.
Mas porque é impossível sobreviver no deserto ou navegar para sempre, há instantes de amor, momentos
perfeitos em que sentimos outra vez o sangue a ferver, os olhos mudam de cor e as mãos voltam, por breves
segundos, a entrelaçar-se, quando alguém nos diz ao ouvido:
- Estás enganada, pode ser isto o amor.



E pode, e deve e nós até queremos que seja, mas o coração não obedece a nada senão à sua própria vontade e o amor continua a ser um mistério que não sabemos como começa nem quando acaba.